Cigana Fatima Amaya

Bandeira Cigana

***Não sabemos explicar muitos de nossos comportamentos mais expontâneos, porque fazem parte da nossa herança ancestral. Até que alguém acenda uma luz e nos diga claramente o porquê de detalhes que antes nem sequer notávamos.O extraordinário trabalho de pesquisa de Sándor Avraham é esta espécie de espelho, que nos deixa perplexos».

João Romano Filho (Sinto Estraxhari do Brasil)


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terça-feira, 14 de junho de 2011

Chá Cigano ou para espíritos Ciganos

  • Como preparar:
Dois copos de água mineral sem gás e sem gelo
uma tigela branca de louça
uma maça
algumas uvas de qualquer tipo
damasco
limão sem casca
dois morangos
Chá Preto

Picar todas as frutas acima relacionadas, numa tigela comum, em seguida amassá-las com um amassador de madeira que seja virgem.
Depois de feito isso, utilizar a água levando-a ao fogo com chá preto, quando estiver bom, jogá-lo na tigela referenciada acima, com as frutas picadas e os outros ingredientes e ir mexendo, mentalizando os ciganos ou sua corrente espiritual.
Deixar por no mínimo três horas imantando, e, depois coar normalmente.
Poderá oferendar ao cigano ou cigana de sua preferência, ou colocá-lo em qualquer outro recipiente para servir. Ao tomar pode ir pedindo o que desejar de bom!

DICIONÁRIO ROMANI

Uma língua muito diferente do português e é exclusiva deste povo''POVO CIGANO'



A TRANSMISSÃO ORAL DOS ENSINAMENTOS
 
O romani é uma língua ágrafa, ou seja, uma língua ou idioma sem forma escrita. Portanto, para sua perpetuação o romani conta somente com a transmissão oral de uma geração para outra, de pai para filho.

Não existem livros ensinando uma linguagem, que não tem sequer uma apresentação gráfica definida, pois se os ciganos tivessem se originado na Índia teríamos os caracteres sânscritos, mas como encontramos ciganos em quase todas as partes do mundo, o romani poderia ter os caracteres da escrita russa, ou egípcia, latina, grega, árabe ou outra qualquer.

Assim como o idioma, todos os demais ensinamentos e conhecimentos da cultura e tradição ciganas dependem exclusivamente da transmissão oral. Os mais velhos ensinam aos mais jovens e às crianças os conhecimentos do passado, o pensamento e a maneira de viver herdados dos ancestrais.

 
O vocabulário empregado pela mistura de muitos elementos. Alguns dizem que é difícil vinculá-lo a um único idioma, outros que a linguagem usada por este povo é o romani (romanês em português). Esta segunda versão é a mais aceita. E aí vão algumas palavras e sua interpretação: 



Acans: olhos
Aruvinhar: chorar
Bales: cabelos
Baque: sorte, fortuna, felicidade
Bato: pai
Brichindin: chuva
Cabén: comida
Cabipe: mentira
Cadéns: dinheiro
Calin: cigana
Calon: cigano
Churdar: roubar
Dai (ou Bata): mãe
Dirachin: noite
Duvêl: Deus, >Nosso Senhor, Cristo
Estardar: prender
Gadjó: não cigano
Gajão: brasileiro, senhor
Gajin: brasileira, senhora
Jalar: ir embora
Kachardin: triste
Kambulin: amor
Lon: sal
Marrão: pão
Mirinhorôn: viúva
Naçualão: doente
Nazar: flor
Paguicerdar: pagar
Panin: água
Paxivalin: donzela
Querdapanin: português
Quiraz: queijo
Raty: sangue
Remedicinar: casar
Ron: homem
Runin: mulher
Sunacai: ouro
Suvinhar: dormir
Tiráques: sapatos
Trup: corpo
Urai: imperador ou rei
Urdar: vestir
Vázes: dedos ou mão
Xacas: ervas
Xinbire: aguardente
Xôres: barbas

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Oswaldo Montenegro - Cigana




  • Cigana (Oswaldo Montenegro)

Eu me vesti de cigana
Pra cantar o sol
Fiz comício e deu cana
Pra cantar o sol
Ah, que riso bacana
Pra cantar o sol
Virtuosa e sacana
Pra cantar o sol

Dança, dança, dança pra cantar o sol
Todo ao amor que emanar, pra cantar o sol

Fui quem se dava e se dana
Pra cantar o sol
Quem não mente, te engana
Pra cantar o sol
Quem teu hálito abana
Pra cantar o sol
Virtuosa e profana
Pra cantar o sol

Dança, dança, dança pra cantar o sol
Todo ao amor que emanar, pra cantar o sol

Fiz do meu corpo cabana
Pra cantar o sol
Fiz de um ano semana
Pra cantar o sol
Fiz do amor porcelana
Pra cantar o sol
Fui cigarra e cigana
Pra cantar o sol

Dança, dança, dança pra cantar o sol
Todo ao amor que emanar, pra cantar o sol

Fui tua mão que me esgana
Pra cantar o sol
O que o brilho não empana
Pra cantar o sol
Meu amor tinha gana
De cantar o sol
Virgem Santa e sacana
Pra cantar o sol

Dança, dança, dança pra cantar o sol
Todo ao amor que emanar, pra cantar o sol

IMAGENS E ESTERIÓTIPOS DOS CIGANOS

Quando se fala em imagem de ciganos, tanto Fraser (2005) como Ligeóis e Teixeira (2007) remontam a imagens pintadas por artistas não-ciganos ou representadas em gravuras ou ilustrações para delinear uma visão, mesmo que de produção individual, propagada socialmente.
Fraser (2005) começa pelo vestuário, a identificar que roupas ciganas converteram-se no mundo em paradigma do exótico. Segundo ele, diversas pinturas e gravuras dos Países Baixos com temas religiosos, recorreram ao tipo cigano para representar mulheres orientais e especialmente egípcias. Motivos similares se fizeram populares entre os pintores italianos durante a segunda metade do século XVI. Outros modelos representavam uma cigana lendo mãos enquanto um garoto roubava a bolsa. Segundo Fraser (2005), a composição representa a implantação de um estereótipo concreto na mente do público. Também cita a farsa de Gil Vicente onde as ciganas são adivinhas impenitentes e os ciganos são viajantes de barcaças. Uma peça teatral suíça anônima de 1475, em uma na cena se pede que se fechem todas as portas e janelas da casa, tranquem o estábulo e recolham as galinhas pois vão passar os ciganos. Outra peça de Hans Sachs, quase da mesma época, associava os ciganos ao roubo, à bruxaria e à artimanha.
A prática da leitura de mão e da adivinhação sempre esteve vinculada a esse povo. Suas imagens européias mais antigas retratam essa atividade. Em geral, os associam a uma carga negativa para os moradores da região por onde passavam. É enfatizada a cor escura de suas peles, assim como cabelos sempre volumosos e negros ou ainda os descreve comparando-os com animais.



Segundo Teixeira (2007), no final do século XVIII e inicio do XIX houve a emergência de uma nova imagem dos ciganos, manisfetação verificável tanto nas canções populares (como uma que Carlota Joaquina cantarolava) quanto em peças teatrais. No Brasil, tendo a importância social do teatro do século XIX, os ciganos são menos ridicularizados, passando a ser representados como figuras românticas. O autor remonta a recorrência dos autores brasileiros aos modelos europeus, vendo nos ciganos uma figura valorizada tanto pelo seu exotismo como por sua proximidade do tipo europeu. Duas óperas foram executadas em Ouro Preto em 1771, “Ciganinha” e “A vingança da Cigana”, nas palavras do autor “a tradicional identificação com o crime e o comportamento desviante foi, com uma dose de piedade, diminuída enquanto acentuava-se a imagem romântica da buena dicha (leitura da sorte). As mulheres foram substancialmente transformadas de “leitoras da sorte sujas em mulheres heroínas, altamente sensuais e desejáveis” (TEIXEIRA, 2007, p. 124).
Conforme o autor, a visão estigmatizadora da cultura cigana foi sendo substituída por um encantamento a sua liberdade e “espírito indômito”. O comportamento diferenciado ganhou valorização por sua “capacidade de lidar com a dificuldade da existência diária”. Diante dos modelos Românticos e do ideal boêmio de Cervantes, emolduravam características glorificadas. Também carregavam a presença do sobrenatural e do mistério. Toma o autor como melhor exemplo da liberdade enaltecida a personagem da ópera “Carmem” de Georges Bizet (1838-1875), baseada no romance do escritor Frances Prosper Mérimée (1803-1870) e eternizada mais tarde em varias produções fílmicas.
Teixeira (2007) acrescenta uma característica de impacto no Brasil, o olhar cigano. Segundo o autor, a sociedade cigana por ter como base fundamental de transmissão de saber, e até mesmo para firmar contratos, tem o olhar como ponto de partida para compreensão entre duas pessoas. Não se sabe quando mas foram considerados portadores de um olhar mágico e poderoso, “capaz de lançar pragas e maldições”.
Já nas peças dos brasileiros Martins Pena e Manuel Antônio de Almeida, como nos livros de Manuel Antônio de Almeida (Memórias de um Sargento de Milícias), o cigano volta a ser representado como ativo do roubo e do trambique De diversas fontes (FRASER, 2005) aprendeu-se sobre eles por meio de suas formas de ganhar a vida: as mais mencionadas são a leitura de mãos e a mendicância. Outras são o comércio de cavalos, o manejo de metais, a cura, a música e a dança. O roubo de comida, roupas e também dinheiro também é um tema recorrente. Fraser (2005) também menciona uma justiça própria, como “um império dentro de outro império, já que quando entravam em conflito entre si, as autoridades locais deixavam que por si só fizessem sua justiça.
Em seu livro “Anticiganismo: ciganos na Europa e no Brasil”, Moonen (2008) dedica um capítulo inteiro à construção e à perpetuação das imagens anticiganas. Segundo ele o aparecimento dos ciganos na Europa Ocidental evidencia documentos históricos que:
(…) deixam claro que muitos destes ciganos aparentemente tinham uma conduta pouco compatível com os valores culturais europeus da época, pelo que já no Século XV começaram a ser formados os primeiros estereótipos, segundo os quais os ciganos: 1) eram nômades, que nunca paravam muito tempo num mesmo lugar; 2) eram parasitas, que viviam mendigando; 3) eram trapaceiros, sempre aproveitando-se da credulidade do povo; 4) eram avessos ao trabalho regular; 5) eram desonestos e ladrões; 6) eram pagãos que não acreditavam em Deus e também não tinham religião própria. Por causa disto, em todos os países europeus, sem exceção alguma, os ciganos passaram a ser violentamente perseguidos, e em alguns países foram até exterminados. Cigano virou palavrão; ser cigano virou crime. (Ibidem, p. 2)



O problema da perpetuação desses conceitos é que são de âmbito generalizante, ou seja, se um cigano roubou um dia, todos são ladrões, reduzindo-se milhares de pessoas a um estereótipo mal definido. Um estudo de Moonem (2008) em torno dos primeiros ciganólogos revela outro problema. Somente a partir de meados do Século XVIII foram publicados os primeiros livros sobre os ciganos europeus, e quase todos os autores reforçaram ainda mais os estereótipos negativos já existentes. Dois pioneiros dos estudos ciganos: o alemão Heinrich Grellmann (1753-1804) e o inglês George Borrow (1803-1881) segundo Moonen (2008), até hoje costumam ser citados por muitos ciganólogos. Grellmann editou traduções de seu livro sobre ciganos em varias línguas. Consta que o corpo de seu livro tem considerações de outros livros, de procedência duvidosa e sensacionalistas, sendo que ele só teve contatos esporádicos com alguns poucos ciganos. Em um capítulo sobre comidas e bebidas ciganas, transcreveu a notícia de jornais de 1782 que acusava os ciganos de serem antropófagos, ou seja, canibais, comedores de carne humana. Em decorrência da publicação, 84 ciganos foram decapitados enquanto o livro tornava-se um sucesso editorial propagando conclusões equivocadas sobre os ciganos. Borrow, tradutor e divulgador da Bíblia em vários idiomas, em seu livro sobre os ciganos apresenta uma imagem negativa e estereotipada dos ciganos espanhóis, com os quais teve contato. Antes da publicação, escreveu: “os ciganos espanhóis são o mais vil, degenerado e miserável povo na terra”. Segundo Moonen (2008) três são as imagens equivocadas que não podem ser generalizadas sobre os ciganos: a de ladrão, a de trambiqueiro e a de vagabundo.


Tortilha Cigano Húngaro Rigo Jancsi

Esta famosa tortilha leva o nome do cigano húngaro Rigo Jancsi que raptara uma princesa por amor. No casamento dos dois, serviu-se a torta em homenagem aos noivos, pois era o doce predileto de Rigo, com o qual presenteava sua amada. O nome Rigo Jancsi significa João Canário.

INGREDIENTES
 
8 colheres de sopa de manteiga
13 colheres de sopa de açúcar
4 ovos
1 xícara de chá de farinha de trigo
3 colheres de sopa de cacau em pó
100 gramas de chocolate em barra
4 xícaras de chá de creme de leite sem soro
30 gramas de geléia de damasco
150 gramas de chocolate meio amargo derretido

MODO DE FAZER
 
Misture 8 colheres de manteiga e três colheres de sopa da açúcar, até formar um creme. Bata as quatro claras em neve, com 5 colheres de sopa de açúcar, e junte ao creme. Depois, acrescente 1 xícara de farinha de trigo e 3 colheres de sopa de cacau em pó. Estenda a massa numa espessura de cerca de 2 cm e coloque numa assadeira redonda média, coberta com papel manteiga. Leve ao forno pré-aquecido a 220º C. 
Quando a massa estiver assada, polvilhe sua superfície com farinha de trigo e vire-a, retirando o papel e deixando-a esfriar. Agora, derreta o chocolate em banho-maria. Ferva o creme de leite e espere esfriar. Depois bata-o com 5 colheres de açúcar até o ponto de chantili. Acrescente ao chocolate quente, aos poucos, batendo sempre para não encaroçar. A seguir, corte a massa em duas partes iguais e uma delas cubra com geléia de damasco e depois com o chocolate derretido. Cubra a outra metade da massa com o chantili misturado ao chocolate. Em seguida, junte as duas metades e cubra a torta com chocolate derretido em creme de leite e guarde na geladeira

ALCACHOFRAS CIGANAS



7 alcachofras grandes
2 colheres de sopa de suco de limão
sal

  • MOLHO VINAGRETE

1 /2 xícara de chá de vinagre 3 colheres de sopa de azeite de oliva sal e pimenta do reino 1 xícara de chá de cogumelos em conserva picados 1 pimentão grande em tiras 3 tomates picados folhas de alface para decorar

MODO DE PREPARO
  Lave as alcachofras e corte o talo rente à base. Cozinhe em água com limão e sal por 40 minutos. Retire as folhas e a parte fibrosa, conservando apenas o fundo. Misture o vinagre ao azeite, sal e pimenta. Junte, à metade, os cogumelos, pimentão e tomates. Forre uma travessa com as folhas de alface. Disponha por cima os fundos da alcachofra. Cubra com o molho misturado aos cogumelos, tomates e pimentão. Regue tudo com o restante do molho vinagrete. Sirva depois de 30 minutos.

BOLO LIBANITZA (CIGANO)

3 e ½ xícaras de farinha de trigo com fermento (controlar)
2 xícaras de amido de milho
1 xícara de açúcar refinado
1 colherinha de essência de baunilha
3 ovos batidos
1 xícara de leite
100g de manteiga em temperatura ambiente

RECHEIO
 
1 lata de leite condensado
½ xícara de açúcar
1 colher de sopa de manteiga
3 ovos
1 colherinha de essência de baunilha
50g de queijo parmesão ralado
200g de ricota picada
50g de coco ralado desidratado

MODO DE PREPARO
 
1. Em uma vasilha misture farinha , amido, açúcar, baunilha e abra uma cova, junte a manteiga, ovos batidos e o leite, amasse inicialmente com a colher e depois com a mão até obter uma massa muito macia. 2. Junte mais farinha aos poucos, para ficar com consistência de massa de modelar, meio úmida, levemente grudenta. 3. Coloque em forma de abrir pequena (uns 30 cm de diâmetro). 4. Espalhe a massa no fundo e laterais da forma, até o topo da borda, passe a mão pela farinha que ajuda a espalhar bem. 5. Bata todos os ingredientes do recheio no liquidificador aos poucos. 6. Coloque o recheio na forma sobre a massa. 7. Asse em forno pré-aquecido para dourar, temperatura média/baixa cerca de 40 minutos, vai sair líquida e só depois de fria é que fica em ponto de cortar desenformar e cortar.