Cigana Fatima Amaya

Bandeira Cigana

***Não sabemos explicar muitos de nossos comportamentos mais expontâneos, porque fazem parte da nossa herança ancestral. Até que alguém acenda uma luz e nos diga claramente o porquê de detalhes que antes nem sequer notávamos.O extraordinário trabalho de pesquisa de Sándor Avraham é esta espécie de espelho, que nos deixa perplexos».

João Romano Filho (Sinto Estraxhari do Brasil)


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sábado, 21 de maio de 2011

Os queridos ciganos justiceiros da Romênia


Na Idade Média, os Haidouks eram bandidos justiceiros, que agiam nos moldes do cangaço, no interior da Romênia, contra a tirania dos senhores feudais. O espírito Haidouk simbolizava a luta pela liberdade e pela justiça. Atualmente, o Taraf de Haïdouks (Bando de Justiceiros) é um grupo de ciganos do interior da Romênia, que produz um som peculiar, divertido e rústico, congregando parte da riquíssima tradição musical do Leste Europeu.



A trupe incorpora o ideal de resistência dos antigos justiceiros. Afinal, durante o regime do ditador comunista Nicolae Ceausescu os músicos rom (ciganos) foram perseguidos, sofrendo diversas privações. Não podiam, por exemplo, tocar baladas de tradição oral que narram atos de heroísmo, para não incitar desgosto e revolta contra o regime. Passados 20 anos do fim das ditaduras européias, a discriminação contra este povo continua. Crianças ciganas, geralmente, não conseguem acesso ao sistema educacional europeu.
Formado por músicos de várias gerações (jovens e velhos) habitantes de um vilarejo da cidade de Clejani, localizada a sudoeste de Bucareste, o "bando" foi descoberto, por acaso, em 1990, durante as andanças de um etnomusicólogo suíço e dois músicos belgas, que ficaram perplexos com a qualidade do som que aqueles jovens e senhores criavam. 
Não demorou muito, tornaram-se queridíssimos no circuito folk europeu. As excursões por diversos países foram constantes. Uma das mais importantes passagens da trajetória do Taraf de Haïdouks foi a linda e memorável (veja no vídeo) participação no filme “Latcho Drom”, documentário de 1994, do diretor cigano argelino Tony Gatlif. 

Depois da fama, conquistaram diversos fãs célebres, a exemplo do maestro e violinista judeu Yehudi Menuhin; do grupo novaiorquino Kronos Quartet; do ator Johnny Depp, que pagou cem mil dólares para vê-los no seu bar Viper Club; do estilista japonês Yamamoto, que confeccionou roupas para a turma se apresentar em Paris e Tóquio.
Dos discos lançados pelo grupo, indico a coletânea “Taraf de Haidouks” (1999), do conceituado selo Nonesuch, que sintetiza a sonoridade rústica, alegre, debochada e original da trupe, e o fantástico “Maskarada” (2006), um disco obrigatório, no qual os ciganos interpretam temas eruditos, de diversos compositores, a exemplo de Albeniz e Bartók.

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